Brasil 2009

Ano passado (2008 só pra esclarecer, porque acho que ainda é cedo pra lembrar que agora é 2008 que é ano passado) quando voltei da minha primeira visita ao Brasil depois de ter me mudado pra Suécia, pensei bastante sobre essa situação toda e quando problemas sérios começaram a se agravar (apensar de alguns já de longa data) na minha família eu decidi tentar passar um semestre no Brasil pra tentar ajudar no que fosse possível e também tirar um tempinho pra mim e fazer coisas que eu gosto e/ou sinto falta, porque afinal de contas querendo ou não minha vida na Suécia acaba mais focada no M e nas coisas relacionadas a vida dele, até porque aqui estou no meio da família, amigos e cultura dele.
Eu decidi que tiraria minhas "férias" no primeiro semestre de 2009, e com o tempo essa época pareceu a mais certa mesmo porque o M estaria na reta final na faculdade e entre mudanças de apartamento e outras coisas seria mais fácil deixá-lo sozinho.
Os planos, inicialmente, eram de irmos (os dois) antes do Natal e M ficaria por volta de um mês. Mas quando fomos checar as passagens os preços estavam altos demais pro nosso bolso e tivemos que desistir da idéia de passar o Natal e Ano Novo no Brasil.
Logo depois também percebemos que o melhor seria se o M não fosse comigo nessa época porque os estudos dele teriam que ser prolongados mais do que o esperado, e passar um mês fora não era a melhor das idéias.
No início eu estava mais animada com todos os planos que eu comecei a listar, sobre ajudar minha família e aproveitar meus amigos e todas as atividades que eu quero fazer.
Mas com o tempo eu também comecei a pensar que talvez um tempo tão longo faria com que fosse mais difícil me despedir de tudo isso. E que o risco de que minhas expectativas estivessem muito altas e nem tudo talvez saísse como o planejado, também é maior do que eu estivesse considerando. E todo o processo de adaptação, saindo daqui e chegando lá e depois saindo de lá e voltando pra cá não será fácil.
O fato de eu sempre ter que estar longe de alguém, é uma das minhas maiores dificuldades emocionais hoje em dia.
Com todos os lados da situação, eu senti e decidi que esse semestre no Brasil é uma coisa que eu tenho de fazer, por mim e por outros.
Então agora cá estou, pensando na minha longa viagem de um lar pro outro que vou fazer daqui 10 dias.
Vou acordar bem cedinho (mesmo) no dia 15 pra pegar um ônibus pra Estocolmo, em uma viagem de 4 horas e meia. Vou me despedir do meu amarelinho por ali mesmo, já que achei melhor dessa vez fazer a viagem até o aeroporto de ônibus e não de carro com o M.
Essas despedidas doem só de pensar, e como essa viagem vai ser muito mais longa que a última, já estou toda :( de ficar longe dele. Nós achávamos que ia dar pra passar todos esses meses longe (além de que as finanças são apertadas e talvez ele não teria condições de viajar pra me visitar), mas agora que a despedida está se aproximando nós já estamos derretendo e planejando que ele vá ao Brasil em Abril, quando termina os cursos na faculdade.
Mas ainda que o aperto no meu coração seja constante nessa vida Brasil-Suécia que eu escolhi, as viagens de lá pra cá e cá pra lá sempre têm um final feliz depois de despedidas e chororo porque do outro lado sempre têm uma parte do meu coração me esperando com um sorriso no rosto.
Depois da primeira parte da viagem, pegarei um ônibus da estação central de Estocolmo até o aeroporto. Meu vôo pra Frankfurt será de 2 horas e depois de um intervalo de 3 horas entre vôos, estarei no segundo avião da viagem, rumo a São Paulo. Viagenzinha básica de 13 horas.
Me esperando estará minha mãezinha que insiste em ir me buscar as 6 da manhã de uma sexta-feira, e a pequena já vai fazer minhas 24 horas de viagem valer a pena. Já não digo o mesmo sobre os ares de São Paulo, mas o lado mais poluído do meu coração vai estar em paz nesses próximos meses.


Adeus ao frio congelando meu nariz e olá a minha pele bronzeada que sinto falta durante a maior parte do ano.
De volta a terra azul e amarela em Agosto!